segunda-feira, 8 de março de 2010

08/03

No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Este dia está longe de ser cor-de-rosa. Você conhece Maria da Penha? Este nome te diz alguma coisa?

Em 1983, Maria da Penha recebeu um tiro de seu marido, Marco Antônio Heredia Viveiros, professor universitário, enquanto dormia. Como seqüela, perdeu os movimentos das pernas e se viu presa em uma cadeira de rodas. Seu marido tentou acobertar o crime, afirmando que o disparo havia sido cometido por um ladrão.
Após um longo período no hospital, a farmacêutica retornou para casa, onde mais sofrimento lhe aguardava. Seu marido a manteve presa dentro de casa, iniciando-se uma série de agressões. Por fim, uma nova tentativa de assassinato, desta vez por eletrocução que a levou a buscar ajuda da família. Com uma autorização judicial, conseguiu deixar a casa em companhia das três filhas. Maria da Penha ficou paraplégica.
No ano seguinte, em 1984, Maria da Penha iniciou uma longa jornada em busca de justiça e segurança. Sete anos depois, seu marido foi a júri, sendo condenado a 15 anos de prisão. A defesa apelou da sentença e, no ano seguinte, a condenação foi anulada. Um novo julgamento foi realizado em 1996 e uma condenação de 10 anos foi-lhe aplicada. Porém, o marido de Maria da Penha apenas ficou preso por dois anos, em regime fechado.
Em razão deste fato, o Centro pela Justiça pelo Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), juntamente com a vítima Maria da Penha, formalizaram uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Órgão Internacional responsável pelo arquivamento de comunicações decorrentes de violação de acordos internacionais.
Paralelamente, iniciou-se um longo processo de discussão através de proposta elaborada por um Consórcio de ONGs (ADVOCACY, AGENDE, CEPIA, CFEMEA, CLADEM/IPÊ e THEMIS). Assim, a repercussão do caso foi elevada a nível internacional. Após reformulação efetuada por meio de um grupo de trabalho interministerial, coordenado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal, a proposta foi encaminhada para o Congresso Nacional.
Transformada a proposta em Projeto de Lei, realizaram-se durante o ano de 2005 , inúmeras audiências públicas em Assembléias Legislativas das cinco Regiões do País, contando com a intensa participação de entidades da sociedade civil.
O resultando foi a confecção de um "substitutivo" acordado entre a relatoria do projeto, o Consórcio das ONGs e o Executivo Federal, que resultou na sua aprovação no Congresso Nacional, por unanimidade.
Assim, a Lei nº 11.340 foi sancionada pelo Presidente da República em 07 de agosto de 2006.
Em vigor desde 22 de setembro de 2006, a "Lei Maria da Penha" dá cumprimento, finalmente, as disposições contidas no §8º, do artigo 226, da Constituição Federal de 1988, que impunha a criação de mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações familiares, bem como à Convenção para Previnir, Punir e Erradicar a Violência Contra à Mulher, da OEA (Convenção de Belém do Pará), ratificada pelo Estado Brasileiro há 11 anos e, ainda, à Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (CEDAW) da ONU (Organização para as Nações Unidas).
Isto tudo porque, segundo exterioriza a Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, "toda mulher tem o direito a uma vida livre de violência", que é nosso desejo e deve ser nosso compromisso".
O Projeto AME Maria da Penha
“Mesmo com as relevantes conquistas femininas dos últimos anos, a mulher ainda é vítima de acentuada agressão doméstica.
As pesquisas demonstram que a cada quatro minutos uma mulher é agredida no Brasil. Estas agressões partem, em regra, de pessoas ligadas pelos laços da afetividade, como o namorado, o marido ou companheiro e, até mesmo, pelo próprio pai.
A maioria destas vítimas, mesmo após a Lei n° 11.340/2006 (Maria da Penha), sofrem totalmente caladas, baseadas no medo, vergonha e na humilhação de exposição de suas vidas íntimas. Não se dão conta de que este silêncio contribui para que continue a violência sofrida e para o aumento da impunidade do agressor.
Exatamente por este motivo que a AME decidiu desenvolver o Projeto Maria da Penha. A iniciativa, baseada na Lei nº 11.340/2006, busca auxiliar gratuitamente as vítimas de violência doméstica e familiar, através de suporte sólido, totalmente sigiloso e como o apoio e orientação psicológica e jurídica. Assim, as vítimas das agressões adquirem os conhecimentos necessários sobre os direitos a elas assegurados para fazer cessar, em caráter definitivo, todo o sofrimento até então suportado.”
http://www.mariadapenha.org.br/o-projeto/o-projeto-ame-maria-da-penha

Recebi esse email de uma amiga (Simone) que recebeu de uma amiga, aproveitei para postá-lo também....

“Queridas companheiras das lutas deste mundo,

um dia teremos um mundo mais respirável em termos de relações entre homens e mulheres.
um dia não haverá mais preconceito de nenhuma espécie, e as mulheres serão sempre vistas com a mesma dignidade e reverência que cabe a cada ser humano.
enquanto esses dias não chegam, aproveito esse espaço para estar a seu lado diante das injustiças que sofre dia a dia nessa sociedade da qual ainda faço parte.
Parabéns pela luta!
Que esse dia seja um dia da dignidade do ser humano integral que você é.
Não farei um discurso sentimental. Hoje não é o dia da mulher, tal como fazemos um dia da mãe, do pai, etc.
Hoje é um dia de lembrarmos das lutas pela igualdade. Igualdade de oportunidade.
Não me conformo em ver as diferenças de salário entre homens e mulheres, brancos e negros para mesmos postos nas empresas. Não me conformo com as piadinhas inocentes, de louras ou morenas. Não me conformo com o trabalho que as meninas tem de fazer em casa enquanto os meninos quedam-se mordomicamente no sofá da sala, ou brincam com os meninos na rua.
Que hoje seja um dia marcante para todos nós.
Século XXI seja bem vindo.
Creio na nova geração.
Ajudem-nos a levar aos pequenos de hoje uma visão mais equilibrada das diferenças e das igualdades.
Que as meninas possam subir em árvores, jogar bola, correr e suar, pisar descalças no chão, e sentar de perna aberta.
Que os meninos possam fazer comida, cuidar do nenê, arrumar a casa e expressar-se através da dança.
Aqui em casa, lugar de homem é na cozinha.
Foi a grande lição que meus pais me passaram.
Comigo mulher entra primeiro. Pra ela eu levanto no ônibus. E nela não bato nem com uma flor.
Minhas portas estão abertas ao cavalheirismo do passado.
Meus olhos apreciam feminilidade, meiguice e beleza.
Mas não tolero machismo bruto ou machismo sutil.
Salve a todas as mulheres que ousaram penetrar o mundo restrito aos homens, na escola, na moda, no futebol, na empresa, nos hospitais, na política, nas grandes religiões (porque nas pequenas sempre estiveram), etc.
Salve ó sociedade do futuro.
Venha nova geração mostrar a verdadeira fraternidade, derrubar muros e preconceitos, e começar de novo.
"Senhor, essa mulher foi pega em adultério. - disseram os homens a Jesus, afim de testá-lo.
Mulher? e cadê o homem?"

paz! paz! paz!

Se você é mãe, ou pai, por favor, não bata nunca mais em seu filho. Ele não merece isso. Converse. O diálogo é o melhor caminho. Olhe no olho, na mesma altura e converse. Mas não bata mais. E, se bater, peça desculpas e se esforce por não bater mais.
Campanha não-violência no lar. A-himsa.

"Para aplicar corretamente o método da não-violência, é preciso acreditar na possibilidade de que toda pessoa, por mais depravada que seja, possa reabilitar-se por um tratamento humano e competente." Gandhi

"Creio que a não-violência seja infinitamente superior à violência, e que o perdão seja bem mais viril que o castigo." Gandhi

"Nenhuma criatura manifesta hostilidade ou ressentimento em presença de uma pessoa firmemente estabelicida na não-violência." Patanjali (II-35)

"Sou um incurável otimista. Meu otimismo baseia-se em minha crença na infinita capacidade de um indivíduo em desenvolver a não-violência. Quanto mais a desenvolvermos em nós mesmos, mais ela se tornará contagiosa, até apoderar-se de nosso círculo e, em seguida, pouco a pouco, do mundo inteiro." Gandhi.”


Proponho refletirmos sobre na nossa contribuição para mudarmos esse cenário, e que nossos dias não sejam só cor-de-rosa mas azul, amarelo, vermelho , verde....


Namastê